Uma Técnica Terapêutica com Potencial Antioxidante

A ozonioterapia é uma técnica terapêutica que utiliza o gás ozônio para fins terapêuticos no organismo. O ozônio terapêutico é uma mistura de até 95% de oxigênio e 5% de ozônio, com o objetivo de provocar um estresse oxidativo agudo controlado, adequado e transitório, sem ultrapassar a capacidade antioxidante do organismo. Cada procedimento é personalizado com uma determinada concentração e volume, bem como o número de aplicações, conforme a necessidade do paciente. Os protocolos seguem padrões básicos, como o Protocolo de Madrid, sempre necessitando da análise prévia da necessidade do paciente.

A ozonioterapia funciona como auxiliar no tratamento de doenças que, principalmente, têm sua origem em processos oxidativos, degenerativos, inflamatórios, virais, bacterianos, fúngicos, entre outros .

A ozonioterapia é uma modalidade terapêutica que utiliza o ozônio – uma molécula composta por três átomos de oxigênio (O3). O ozônio é facilmente assimilado pelo corpo e é eficaz no tratamento de uma variedade de patologias. Este processo de oxigenação e oxidação revela-se eficaz no tratamento de inúmeras doenças, devido às suas propriedades analgésicas, anti-inflamatórias, drenantes, oxigenantes, antioxidantes e como moderador de radicais livres. A ozonioterapia é uma excelente terapia versátil e amplamente praticada em todo o mundo.

A Ozonioterapia Não é uma Prática Recente

O gás ozônio foi descoberto por Christian Friedrich em 1840 e há relatos de sua utilização durante a 1ª Guerra Mundial para tratar gangrena gasosa e pós-traumática em soldados alemães. Desde então, a ozonioterapia tem sido utilizada intensivamente na medicina humana e, mais recentemente, na medicina veterinária, devido aos seus excelentes resultados.

Um estudo de revisão de literatura sobre a utilização deste método nos últimos quinze anos destaca a ampla aplicação da ozonioterapia em diversas doenças. Notavelmente, o uso do ozônio na terapêutica de lesões ulcerativas tem sido amplamente utilizado nos últimos anos. Suas propriedades envolvem a produção de estímulos para a síntese de citocinas, maior produção de anticorpos, ativação de linfócitos T e, principalmente, melhora da oxigenação e do metabolismo das células, via vasodilatação. Estes fatores são cruciais no processo de cicatrização de feridas ulcerativas

Versatilidade e Aplicação na Ozonioterapia

Desde 2018, a ozonioterapia é uma das Práticas Integrativas Complementares do Ministério da Saúde e há um projeto de lei em andamento que a reconhece como procedimento terapêutico complementar. Os Conselhos Federais de Odontologia, Medicina Veterinária, Biomedicina, Fisioterapia, Farmácia, Enfermagem e Biologia já regulamentaram a prática da ozonioterapia, enquanto o Conselho Federal de Medicina considera a técnica experimental.

Lei Nº 14.648, de 4 de agosto de 2023: Autoriza a ozonioterapia no território nacional.

A ozonioterapia apresenta grande versatilidade e eficácia em tratamentos para dores crônicas, algumas vezes até evitando cirurgias. Pesquisas indicam melhorias na oxigenação dos tecidos, modulação do sistema antioxidante, ação no sistema imunológico e na regulação metabólica. Há também tratamentos estéticos com aplicações menos invasivas e tópicas para ativar a cicatrização

Vias de Aplicação da Ozonioterapia

Segundo Bocci (2011), a aplicação deve seguir a orientação prescrita na anamnese. As vias de aplicação incluem:

Existem vias de aplicação não recomendadas devido à falta de segurança, como a injeção endovenosa direta e injeção intra-arterial. A via inalatória é proibida. Vias como injeção de água ozonizada e método hiperbárico não têm consenso quanto à segurança.

Considerações Farmacológicas

Para uso medicinal, a concentração do gás ozônio deve estar em uma “janela terapêutica” com doses variando de 10 a 80 µg/mL. O ozônio medicinal gera ações no organismo, como aumento da oxigenação e circulação sanguínea, melhora da angiogênese, elevação das enzimas antioxidantes celulares, modulação do sistema imunológico, redução de mediadores inflamatórios e inativação de substâncias algógenas através da oxidação .

Indicações da Ozonioterapia

A ozonioterapia é indicada para áreas como dermatologia (Herpes Zoster e Simplex, acne, eczema, micose, dermatite atópica, feridas de difícil cicatrização), endocrinologia (diabetes mellitus, hipotireoidismo), gastroenterologia (gastrite, úlcera gástrica, doença de Crohn, constipação crônica), pneumologia (asma, bronquite crônica), hepatologia (hepatites), reumatologia (doenças osteomioarticulares e doenças autoimunes), sistema cardiovascular (hipertensão arterial, aterosclerose, coronariopatias, vasculopatias), ginecologia (infecções bacterianas e fúngicas, vaginites, menopausa, infertilidade).

Uso Cauteloso da Terapia

Para um uso cauteloso da terapia, principalmente na auto-hemoterapia, a quantidade de ozônio deve ser calibrada em relação à capacidade antioxidante do sangue do paciente. A análise do sangue do paciente é feita através de biomarcadores que definem a dose necessária de ozônio. A dosagem de G6PD é fundamental antes do início da ozonioterapia.

Importância da Pesquisa

Numerosos estudos demonstram os benefícios da ozonioterapia quando aplicada corretamente. É uma prática complementar que pode trazer benefícios significativos ao paciente .

Que saber mais sobre? Entre em contato no chat e consulte-nos!

Fontes: Fernandez-Cuadros et al., 2018.Bocci, 2011; Schwartz; Martinez-Sanchez, 2012.Lei Nº 14.648, 2023.Sagai; Bocci, 2011; Jani et al., 2012.Declaração de Madrid, 2020.Bocci, 2011; Schwartz; Martinez-Sanchez, 2012.Re et al., 2008.Cakir, 2014.Bocci, 2004.Estudo sobre a Ozonioterapia e as Possibilidades, 2018

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *