Uma ferida é definida como qualquer lesão que interrompa a continuidade da pele. Essa descontinuidade pode variar em gravidade, atingindo desde a epiderme até estruturas mais profundas, como tecido subcutâneo, músculos e ossos. A perda da integridade da pele pode ser causada por fatores externos (traumas ou cirurgias) ou internos, frequentemente associados a doenças crônicas ou condições metabólicas.
Embora os ostomas não sejam classificados diretamente como feridas, compartilham semelhanças nos cuidados e na necessidade de acompanhamento especializado. Tanto no tratamento de feridas quanto de ostomas, uma abordagem baseada em evidências e centrada no paciente é essencial para o sucesso clínico.
Agentes Causadores de Feridas:
- Causas Externas
- Físicos: traumas mecânicos, queimaduras térmicas, choques elétricos e radiação.
- Químicos: exposição a ácidos, álcalis ou outras substâncias químicas corrosivas.
- Vivos: mordidas de animais, picadas de insetos ou infecções causadas por parasitas.
- Causas Internas
- Doenças metabólicas, como diabetes.
- Patologias vasculares, que prejudicam a cicatrização.
- Distúrbios imunológicos, que aumentam a predisposição a feridas crônicas.
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Classificação das Feridas
- Simples: Feridas que seguem as fases de cicatrização de forma ordenada e previsível, respondendo bem ao tratamento padrão.
- Complexas: Feridas que apresentam complicações metabólicas ou fisiológicas, não respondendo ao tratamento convencional, exigindo acompanhamento especializado.
Tipos das Feridas
- Agudas: Geralmente causadas por traumas (quedas, queimaduras, acidentes automobilísticos, etc.).
- Crônicas: Relacionadas a doenças subjacentes, como úlceras venosas ou lesões por pressão.
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Importante destacar que feridas agudas podem se tornar crônicas se não tratadas adequadamente.
Tratamento das Feridas
Abordagem Geral: O sucesso no tratamento de feridas vai além de olhar apenas para a lesão. É essencial compreender os fatores associados, como:
- Estado de saúde geral do paciente.
- Condições metabólicas ou imunológicas.
- Fatores locais da ferida (infecção, necrose, exsudação).
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Estratégias Terapêuticas
- Limpeza e desbridamento.
- Uso de curativos avançados (hidrocoloides, alginatos, filmes transparentes).
- Terapia por pressão negativa em feridas complexas.
- Avaliação multidisciplinar, envolvendo médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e nutricionistas.
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A prática assistencial deve ser fundamentada em evidências científicas, complementada por estudos e atualizações constantes, garantindo a aplicação das melhores técnicas disponíveis.
Ostomas: O que São e Como Cuidar
Ostomas, ou estomas, são aberturas cirúrgicas criadas para conectar um órgão interno ao exterior do corpo. Elas são frequentemente utilizadas para eliminar fezes, urina ou auxiliar na alimentação e respiração.
Tipos de Ostomas
- Permanentes: Indicados para situações irreversíveis, como em neoplasias avançadas.
- Temporários: Realizados para situações transitórias, como no pós-operatório de uma obstrução intestinal.
Cuidados com Ostomas
- Monitoramento da pele ao redor do estoma para evitar complicações como dermatite periestoma.
- Uso de dispositivos adequados e trocas regulares para garantir higiene e conforto.
- Consultas regulares com enfermeiros estomaterapeutas para ajustes e orientações.
A Importância da Estomaterapia
A Estomaterapia é uma especialidade exclusiva do enfermeiro, voltada à promoção da saúde e ao cuidado integral de pessoas com ostomas, feridas e incontinências. A SOBEST (Associação Brasileira de Estomaterapia) desempenha um papel fundamental, promovendo formação contínua e representando a especialidade nacional e internacionalmente.
Benefícios de um Tratamento Adequado
- Redução de Complicações: Diminuição do risco de infecções e cronicidade das lesões.
- Aceleração da Cicatrização: Uso de terapias avançadas para otimizar o fechamento das feridas.
- Melhoria da Qualidade de Vida: Redução da dor e retomada das atividades diárias.
- Acompanhamento Multidisciplinar: Abordagem holística para tratar tanto a lesão quanto os fatores associados.
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Conclusão
Tanto no tratamento de feridas quanto no cuidado com ostomas, a abordagem centrada no paciente, fundamentada em evidências e aplicada por profissionais especializados, é essencial.
Feridas simples respondem bem ao tratamento padrão, enquanto feridas complexas exigem atenção diferenciada.
O acompanhamento regular, o uso de técnicas avançadas e o compromisso com a atualização científica garantem que os pacientes recebam o melhor cuidado possível.
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Referências Bibliográficas
- SOBEST – Associação Brasileira de Estomaterapia. Disponível em: www.sobest.org.br.
- Ministério da Saúde. Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas: Tratamento de Feridas. Disponível em: www.saude.gov.br.
- World Union of Wound Healing Societies. Consensus Document: Wound Care Strategies.
- European Wound Management Association (EWMA). Best Practice in Wound Care.
- Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn). Diretrizes para o Cuidado com Feridas e Estomas.