Tratamento de Feridas e Ostomas: Abordagem Completa e Baseada em Evidências

Uma ferida é definida como qualquer lesão que interrompa a continuidade da pele. Essa descontinuidade pode variar em gravidade, atingindo desde a epiderme até estruturas mais profundas, como tecido subcutâneo, músculos e ossos. A perda da integridade da pele pode ser causada por fatores externos (traumas ou cirurgias) ou internos, frequentemente associados a doenças crônicas ou condições metabólicas. 

Embora os ostomas não sejam classificados diretamente como feridas, compartilham semelhanças nos cuidados e na necessidade de acompanhamento especializado. Tanto no tratamento de feridas quanto de ostomas, uma abordagem baseada em evidências e centrada no paciente é essencial para o sucesso clínico. 

Agentes Causadores de Feridas: 

  1. Causas Externas
    • Físicos: traumas mecânicos, queimaduras térmicas, choques elétricos e radiação. 
    • Químicos: exposição a ácidos, álcalis ou outras substâncias químicas corrosivas. 
    • Vivos: mordidas de animais, picadas de insetos ou infecções causadas por parasitas. 
  1. Causas Internas
    • Doenças metabólicas, como diabetes. 
    • Patologias vasculares, que prejudicam a cicatrização. 
    • Distúrbios imunológicos, que aumentam a predisposição a feridas crônicas.

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Classificação das Feridas 

  • Simples: Feridas que seguem as fases de cicatrização de forma ordenada e previsível, respondendo bem ao tratamento padrão. 
  • Complexas: Feridas que apresentam complicações metabólicas ou fisiológicas, não respondendo ao tratamento convencional, exigindo acompanhamento especializado. 

Tipos das Feridas 

  • Agudas: Geralmente causadas por traumas (quedas, queimaduras, acidentes automobilísticos, etc.). 
  • Crônicas: Relacionadas a doenças subjacentes, como úlceras venosas ou lesões por pressão. 

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Importante destacar que feridas agudas podem se tornar crônicas se não tratadas adequadamente.

Tratamento das Feridas 

Abordagem Geral: O sucesso no tratamento de feridas vai além de olhar apenas para a lesão. É essencial compreender os fatores associados, como: 

  • Estado de saúde geral do paciente. 
  • Condições metabólicas ou imunológicas. 
  • Fatores locais da ferida (infecção, necrose, exsudação). 

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Estratégias Terapêuticas 

  1. Limpeza e desbridamento. 
  2. Uso de curativos avançados (hidrocoloides, alginatos, filmes transparentes). 
  3. Terapia por pressão negativa em feridas complexas. 
  4. Avaliação multidisciplinar, envolvendo médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e nutricionistas. 

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A prática assistencial deve ser fundamentada em evidências científicas, complementada por estudos e atualizações constantes, garantindo a aplicação das melhores técnicas disponíveis. 

Ostomas: O que São e Como Cuidar  

Ostomas, ou estomas, são aberturas cirúrgicas criadas para conectar um órgão interno ao exterior do corpo. Elas são frequentemente utilizadas para eliminar fezes, urina ou auxiliar na alimentação e respiração.

Tipos de Ostomas

  • Permanentes: Indicados para situações irreversíveis, como em neoplasias avançadas. 
  • Temporários: Realizados para situações transitórias, como no pós-operatório de uma obstrução intestinal.

Cuidados com Ostomas 

  • Monitoramento da pele ao redor do estoma para evitar complicações como dermatite periestoma. 
  • Uso de dispositivos adequados e trocas regulares para garantir higiene e conforto. 
  • Consultas regulares com enfermeiros estomaterapeutas para ajustes e orientações. 

A Importância da Estomaterapia  

A Estomaterapia é uma especialidade exclusiva do enfermeiro, voltada à promoção da saúde e ao cuidado integral de pessoas com ostomas, feridas e incontinências. A SOBEST (Associação Brasileira de Estomaterapia) desempenha um papel fundamental, promovendo formação contínua e representando a especialidade nacional e internacionalmente.

Benefícios de um Tratamento Adequado

  1. Redução de Complicações: Diminuição do risco de infecções e cronicidade das lesões. 
  2. Aceleração da Cicatrização: Uso de terapias avançadas para otimizar o fechamento das feridas. 
  3. Melhoria da Qualidade de Vida: Redução da dor e retomada das atividades diárias. 
  4. Acompanhamento Multidisciplinar: Abordagem holística para tratar tanto a lesão quanto os fatores associados. 

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Conclusão

Tanto no tratamento de feridas quanto no cuidado com ostomas, a abordagem centrada no paciente, fundamentada em evidências e aplicada por profissionais especializados, é essencial.

Feridas simples respondem bem ao tratamento padrão, enquanto feridas complexas exigem atenção diferenciada.

O acompanhamento regular, o uso de técnicas avançadas e o compromisso com a atualização científica garantem que os pacientes recebam o melhor cuidado possível. 

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Referências Bibliográficas

  1. SOBEST – Associação Brasileira de Estomaterapia. Disponível em: www.sobest.org.br.
  2. Ministério da Saúde. Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas: Tratamento de Feridas. Disponível em: www.saude.gov.br. 
  3. World Union of Wound Healing Societies. Consensus Document: Wound Care Strategies. 
  4. European Wound Management Association (EWMA). Best Practice in Wound Care. 
  5. Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn). Diretrizes para o Cuidado com Feridas e Estomas. 

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